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Uma introdução a microbiota intestinal humana

O que é a microbiota intestinal?

O trato gastrointestinal humano abriga uma população complexa e dinâmica de microorganismos - a microbiota intestinal - que exerce

uma influência marcante no nosso organismo durante a homeostase e a doença. Possuímos 10 vezes mais células bacterianas do que células
humanas!

Qual o papel da microbiota?

As bactérias intestinais desempenham um papel crucial na manutenção da homeostase imune e metabólica e na proteção contra
patógenos (organismos capazes de causar doenças). A microbiota oferece muitos benefícios ao hospedeiro, por meio de uma série de funções
fisiológicas, como fortalecer e manter íntegra a barreia intestinal mucosa, fornecer nutrientes como vitaminas, proteger contra patógenos e regular a imunidade do hospedeiro.

Distintas composições de microbiota (especialmente variações nas proporções de Bacterioidetes e Firmicutes) podem estar associadas à obesidade e outras alterações metabólicas, doença cardiovascular e sintomas intestinais. Isso não significa que a microbiota cause essas doenças, mas pode exercer um efeito sobre elas. Inúmeros estudos, atualmente, tentam entender mais sobre essas e mais ações que a microbiota pode exercer no nosso organismo, tanto na saúde quanto na doença.

Quando a microbiota começa a se desenvolver?

Acredita-se que o desenvolvimento da microbiota comece desde o nascimento, embora essa afirmação já seja contestada por alguns
estudos nos quais micróbios foram detectados em tecidos como a placenta.

O tipo de parto também parece afetar a composição da microbiota, com a microbiota de bebês nascidos de parto vaginal contendo uma alta abundância de Lactobacilos durante os primeiros dias, um reflexo da alta carga de Lactobacilos na flora vaginal materna. Em contraste, a microbiota de bebês nascidos por cesariana é menos rica e atrasada na colonização do gênero Bacteroides, mas colonizada por anaeróbios facultativos, como espécies de Clostridioides (Clostridium). Enquanto a microbiota fecal de 72% dos bebês nascidos de parto vaginal se assemelha à microbiota fecal de suas mães, em bebês nascidos por cesariana, esse percentual é reduzido para apenas 41%.

Após o nascimento, o trato gastrointestinal é rapidamente colonizado, sendo influenciado também por eventos de vida cotidiana, como ocorrência de doenças, tratamento com antibióticos, composição da dieta, entre outros. Todos esses fatores podem causar mudanças na nossa microbiota.

O que é disbiose?

O microbioma consiste em micróbios que são úteis e potencialmente prejudiciais. A maioria é simbiótica (onde tanto o corpo humano
quanto a microbiota se beneficiam) e alguns, em números menores, são patogênicos (promovem doenças). Em um corpo saudável, a microbiota
patogênica e simbiótica coexistem sem problemas. Mas, se houver um distúrbio nesse equilíbrio – causado por doenças infecciosas, certas dietas ou uso prolongado de antibióticos ou outros medicamentos destruidores de bactérias – ocorre a disbiose, interrompendo essas interações normais. Como resultado, o corpo pode se tornar mais suscetível a doenças.

O papel da dieta

A dieta é considerada um dos principais fatores na formação da microbiota intestinal ao longo da vida. Em um tempo médio de vida de um ser humano, cerca de 60 TONELADAS de alimentos passam pelo trato gastrointestinal, juntamente com uma abundância de microorganismos do
ambiente que representam uma enorme ameaça à integridade intestinal.

Uma dieta rica em fibras, em particular, afeta o tipo e a quantidade de microbiota nos intestinos. A fibra dietética só pode ser decomposta e fermentada por enzimas da microbiota que vivem no cólon (intestino grosso). Os ácidos graxos de cadeia curta (SCFA) são liberados como resultado da fermentação. Isso reduz o pH do cólon, que por sua vez determina o tipo de microbiota presente que sobreviveria nesse ambiente ácido. O pH mais baixo limita o crescimento de algumas bactérias nocivas como Clostridioides (Clostridium difficile). Pesquisas crescentes sobre SCFA exploram seus amplos efeitos na saúde, incluindo a estimulação da atividade das células imunológicas e a manutenção dos níveis sanguíneos normais de glicose e colesterol.

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