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Tudo sobre o Contrave no tratamento da obesidade

No final de 2021, a ANVISA aprovou a associação da bupropiona/naltrexona de ação prolongada (nome comercial: contrave) para tratamento da obesidade no Brasil. Vale mencionar que a liberação dessa associação nos mercados americano e europeu já havia ocorrido há sete anos atrás. No entanto, apenas no primeiro semestre de 2023 esta medicação foi disponibilizada em nossas farmácias.

O que é essa associação?
A bupropiona é um inibidor da recaptação de noradrenalina e dopamina, muito utilizada como antidepressivo e para cessação do tabagismo.
Já a naltrexona é um antagonista opióide muito utilizado para dependência de álcool e opióides. Ambas, isoladamente, apresentam efeito mínimo na perda de peso, mas a combinação de liberação lenta de bupropiona e naltrexona conseguem promover perdas de peso significativa através da redução do apetite e aumento da sensação de saciedade.

Alguns estudos sobre a combinação
O Contrave Obesity Research (COR) avaliou indivíduos com e sem diabetes e demonstrou perda de peso significativamente maior no grupo de intervenção: média de 5% de perda versus 1,5% no grupo placebo.
Outro estudo recente, o COR-BMOD ofereceu, além do tratamento com a combinação, conselhos sobre modificação de estilo de vida e, assim, atingiu uma perda de peso média de 11,5%.
Sabemos, também, que este medicamento é capaz de atuar também no controle do “craving” por comida e na fome emocional.
Mais recentemente, um estudo em pacientes com obesidade e diagnóstico de transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) mostrou as seguintes taxas de remissão dos episódios compulsivos:
· 17,7% para o grupo placebo;
· 31,3% para o grupo que apenas utilizou a combinação de naltrexona-bupropiona;
· 37,1% para o grupo que realizou terapia comportamental para perda de peso + medicamento placebo;
· 57,1% para o grupo que realizou terapia comportamental para perda de peso + a combinação de naltrexona-bupropiona.

Esse resultado nos deixa otimistas, pois torna possível que, em breve, essa combinação também possa ser usada em pacientes com TCAP.

Efeitos adversos mais comuns
Náusea, constipação, dor de cabeça, vômito, vertigem, insônia, boca seca e diarreia. Para reduzir a chance destes efeitos colaterais, a dose da medicação deve ser aumentada, progressivamente, e deve ser prescrita e acompanhada por um médico.

Quais as principais contraindicações?
1. Descontinuação abrupta de álcool, benzodiazepínicos, barbitúricos e drogas anticonvulsivantes;
2. Hipertensão não controlada;
3. Histórico de convulsões;
4. Doença de fígado grave;
5. Doença de rins em fase terminal;
6. Transtorno bipolar;
7. Anorexia ou bulimia;
8. Estar em uso de medicamentos chamados inibidores da monoaminoxidase (IMAOs);
9. Ser alérgico à naltrexona ou bupropiona;
10. Estar grávida ou planejando engravidar.

Conclusão
Possuímos um arsenal terapêutico ainda muito limitado para o tratamento de obesidade no mundo. Fico feliz que tenhamos, agora, mais uma opção de tratamento para um perfil diferente de pacientes.

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