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Tudo sobre gordura visceral

O que é gordura visceral?

O tecido adiposo é anatomicamente distribuído em diferentes proporções por todo o corpo humano, e o padrão de distribuição depende de muitos fatores, incluindo sexo, idade, raça, etnia, genótipo, dieta, atividade física, níveis hormonais e uso de medicamentos. O percentual de tecido adiposo é maior em mulheres, idosos e indivíduos com sobrepeso e obesidade.
O tecido adiposo corporal é distribuído em dois compartimentos principais: tecido adiposo subcutâneo e tecido adiposo visceral.

O tecido adiposo subcutâneo é o que se encontra logo abaixo da pele (você consegue pinçar ela com os dedos) e que não parece trazer muitos problemas de saúde.

Já o tecido adiposo visceral é o que se encontra ao redor dos órgãos intra-abdominais (você não consegue pinçar com os dedos), e, este sim, parece contribuir para o aumento do risco cardiometabólico e da aterosclerose (que é aquela inflamação, com a formação de placas de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias).

Por que acumulamos gordura visceral?

A adiposidade visceral parece ser consequência da incapacidade do tecido adiposo subcutâneo de se expandir. Da mesma forma que, como nessa figura, em que cada recipiente comporta uma quantia de líquidos e, ultrapassada essa quantia, o conteúdo irá transbordar, cada um de nós também comporta uma quantidade de gordura subcutânea que, passado o limite “transborda” para o compartimento visceral. Essa incapacidade do tecido subcutâneo de se expandir depende de diversos fatores como hereditariedade e questões hormonais.

Por que a gordura visceral aumento nosso risco cardiometabólico?

Três cenários são propostos para explicar as complicações cardiometabólicas encontradas entre indivíduos com excesso de tecido adiposo visceral:
1 - o tecido adiposo visceral tem propriedades metabólicas diferentes do tecido adiposo subcutâneo;
2 – o tecido adiposo visceral em excesso induz inflamação;
3- o tecido adiposo visceral é um marcador de aumento da gordura ectópica (ou seja, gordura acumulada em locais onde, teoricamente, não deveria ser acumulada).

Mas como avaliar essa gordura visceral?

Atualmente, o padrão ouro para a avaliação quantitativa do tecido adiposo intra-abdominal é a Tomografia computadorizada (TC) e a Ressonância Nuclear Magnética (RNM).

Acontece que, ficar analisando a evolução ou involução dessa gordura por TC é, relativamente, inviável seja pela exposição à radiação envolvida ou em virtude do alto custo.

É possível avaliar gordura visceral pelo cálculo do IMC?

Apesar do uso frequente do IMC, ele não consegue distinguir entre massa corporal magra e gorda e, também, não difere a gordura subcutânea da visceral.

A bioimpedância (BIA) é um bom método?
A BIA é um método acessível e econômico que também evita a exposição à radiação, mas que tem pouca precisão para detecção da gordura visceral.

E a densitometria por dupla emissão de raios-X (DEXA)?

A densitometria por dupla emissão de raios-X (a chamada DEXA) pode fornecer medidas precisas da massa gorda, mas apenas indiretamente pode medir a adiposidade visceral. No entanto, o acesso a densitometria apresenta uma alternativa viável à TC ou RNM para quantificar a gordura visceral, podendo ser uma boa opção. Esse método é validado, utiliza uma dose muito baixa de radiação e é relativamente simples de ser executado pelo operador e pelo paciente.

Na prática, o que podemos utilizar?
Na prática clínica, vários índices antropométricos foram desenvolvidos para estimar a gordura visceral e, talvez, o mais amplamente utilizado seja a circunferência da cintura.

Seu corpo tem formato de pêra ou maçã? A gordura acumulada na parte inferior do corpo (formato de pêra) é a subcutânea, enquanto a gordura acumulada na região abdominal (formato de maçã) é em grande parte visceral.

Como reduzir a gordura visceral?

Não existe fórmula mágica, você terá que realizar dieta, exercício e tratamento medicamentoso. Esqueça as soluções rápidas como a lipoaspiração, pois ela não remove gordura do interior da parede abdominal!

Conclusão
Em resumo, achados de estudos epidemiológicos nos últimos 30 anos mostraram que o tecido adiposo visceral é um marcador de risco independente de aumento de morbidade e mortalidade cardiovascular e metabólica.

 

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