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Tudo que você precisa saber sobre a Terapia da reposição hormonal (TRH) na menopausa

É comum que com a chegada dos primeiros sintomas da menopausa muitas mulheres se perguntem sobre a reposição hormonal. No post de hoje vou esclarecer as dúvidas sobre este assunto.

O que define a menopausa?

A menopausa é definida como a ausência de menstruação por período igual ou superior a 12 meses, marcando o fim da fase reprodutiva da vida da mulher.

Quem são as candidatas a realizar TRH na Menopausa?

Vários fatores devem ser considerados antes de se iniciar a TRH: idade da paciente, gravidade dos sintomas, risco de doença cardiovascular e risco de câncer de mama.
Via de regra, as candidatas são mulheres que apresentem sintomas, que possuam menos de 60 anos de idade, menos de 10 anos do início da menopausa e que não possuam contraindicações ao uso.

Quais são as principais indicações para realizar reposição hormonal na Menopausa?

Sintomas vasomotores: os famosos calorões são a indicação mais comum de TRH. Mulheres com sintomas moderados a severos associados com impacto negativo no sono, qualidade de vida e funcionalidade são as principais candidatas.
Síndrome Genitourinária da Menopausa: sintomas genitais, como secura vaginal, desconforto e irritação vulvovaginal, falta de lubrificação vaginal, dor para ter relações sexuais e ainda, sintomas urinários, como urgência e ardência para urinar, infecções urinárias de repetição e vontade de urinar com muita frequência.
Prevenção de perda óssea: muitos estudos demonstram que a TRH previne a perda óssea.
Falência ovariana prematura: a famosa menopausa precoce, aquela que ocorre em mulheres com menos de 40 anos. Para entender mais sobre esse assunto, leia o no meu blog o texto já postado com o título: ” Saiba tudo sobre a menopausa precoce”.

Quem não pode fazer reposição hormonal?

As contraindicações absolutas são: história pessoal de câncer de mama, câncer de endométrio, câncer de ovário tipo endometróide, doença cardiovascular, evento tromboembólico ou acidente vascular cerebral, doença hepática descompensada, sangramento vaginal sem causa definida e Porfiria.
Ainda existem contraindicações relativas, por isso é muito importante você conversar com seu médico antes de iniciar qualquer tratamento.

Mas o que é a TRH?

A TRH é o termo utilizado para descrever tanto o uso de estrogênio isolado, para mulheres que não tem útero, quanto para o uso de terapia combinada de estrogênio e progestina para mulheres que possuem útero.

Uso do estrogênio em mulheres

O estrogênio está disponível de várias formas: oral, trasdérmico (adesivos, gel) e vaginal. Nós preferimos preparações com 17- beta estradiol do que outros estrogênios como o estrogênio conjugado equino porque o primeiro tem estrutura idêntica (bioidêntico) ao que o nosso ovário produz. A preparação transdérmica é a de escolha para algumas mulheres, como as que possuem enxaqueca com aura, por exemplo.
Diferentes dosagens se encontram disponíveis e a dosagem ideal é sempre a menor possível que seja suficiente para melhorar os sintomas da paciente.

Indicação da progestestina na menopausa

Todas as pacientes que possuem útero devem utilizar progestinas, juntamente com a terapia estrogênica, a fim de prevenir a hiperplasia endometrial e aumento do risco de câncer de endométrio. Mulheres sem útero não devem receber progestinas, visto que não há nenhum benefício adicional para saúde, além da prevenção da hiperplasia e câncer de endométrio.
A primeira escolha é utilizar a progesterona natural micronizada por via oral – o regime pode ser cíclico ou contínuo. Como alternativa, em alguns casos, pode-se fazer o uso de progesterona natural micronizada por via vaginal ou DIU com levonorgestrel (uso off-label).

Uso de Tibolona

A tibolona é um esteróide sintético cujos metabólitos possuem propriedades estrogênicas, androgênicas e progestogênicas. A tibolona reduz os sintomas vasomotores, mas é menos eficiente do que a terapia estrogênica. Melhora a densidade mineral óssea e tem efeitos modestos nos sintomas de disfunção sexual.

Mulheres que se queixam apenas de atrofia vulvovaginal

Nessas pacientes, baixas doses de estrogênio VIA VAGINAL ao invés de via sistêmica é o mais apropriado.

A polêmica dos bioidênticos

Hormônios Bioidênticos são substâncias hormonais que possuem exatamente a mesma estrutura química e molecular dos hormônios produzidos pelo nosso corpo. A nomenclatura, entretanto, na cultura popular, é incorretamente utilizada apenas para os hormônios manipulados, como se fossem novas opções de tratamento. Na verdade, há muito tempo hormônios bioidênticos são produzidos em indústrias farmacêuticas e estão disponíveis nas farmácias.

Mas qual o problema de usar hormônios manipulados?

O problema é que muitos dos manipulados não são controlados pelos órgãos de vigilância sanitária, ao contrário daqueles fabricados pelos grandes laboratórios. Além disso, não existem estudos clínicos que tenham determinado a eficácia, segurança e efeitos adversos dessas preparações. Com hormônios industrializados, fica mais fácil individualizar a terapia de reposição hormonal, já que não existem oscilações de dosagens e nem inconsistência na quantidade das substâncias.
Existem diversas formulações já aprovadas de estrogênios e progestinas no nosso país, dessa forma, não há motivo para que se utilize produtos não aprovados.

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