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Tudo que você precisa saber sobre a sibutramina no tratamento de obesidade

O que é?

A sibutramina é um inibidor da recaptação da noradrenalina e da serotonina que age aumentando a saciedade e atenuando a redução do gasto energético. Aqui, já desmistificamos o primeiro ponto sobre ela: ela não é um anfetamínico!

Para quem é indicada?

Para pacientes com índice de massa corpórea (IMC) > ou = a 30 kg/m2, devendo sempre ser acompanhado por um programa de reeducação alimentar e atividade física.

Para quem é contraindicada?

- Pacientes com índice de massa corpórea (IMC) menor que 30 kg/m2;
- Pacientes com histórico de Diabetes Mellitus tipo 2 com pelo menos outro fator de risco (por exemplo: Diabetes + hipertensão ou Diabetes + dislipidemia ou Diabetes + tabagismo, etc...);
- Pacientes com histórico de doença arterial coronariana (angina, história de infarto do miocárdio), insuficiência cardíaca congestiva, taquicardia, doença arterial obstrutiva periférica, arritmia ou doença cerebrovascular (acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico transitório);
- Pacientes com hipertensão arterial não controlada;
- Pacientes com idade acima de 65 (sessenta e cinco) anos, crianças e adolescentes;
- Pacientes com histórico ou presença de transtornos alimentares, como bulimia e anorexia;
- Pacientes em uso de outros medicamentos de ação central para redução de peso ou tratamento de transtornos psiquiátricos*.

* Não chega a ser sempre uma contra-indicação, mas deve ser sempre avaliado em conjunto com o médico psiquiatra.

Eficácia

A sibutramina mostrou-se mais eficaz que o placebo em promover perda de peso (perda média sobre o placebo de 4,2%). Em análise de subgrupos:
55% dos pacientes que a utilizaram perderam >5% do peso;
28% dos pacientes que a utilizaram perdem > 10% do peso.

Necessidade de monitoramento

A sibutramina é um medicamento com receita controlada, justamente porque precisa ter seus efeitos colaterais monitorados. Ela pode levar a uma pequena elevação média de 3-5 mmHg na pressão arterial diastólica e de 2 a 4 bpm na freqüência cardíaca.

Sibutramina e risco cardiovascular. É seguro?

Sim, desde que utilizada nos pacientes que não tem contraindicação. Aqui vamos desmistificar o segundo ponto sobre a sibutramina e porque por um tempo ela ficou tão mal falada.
Em 2010 foi publicado o estudo SCOUT, um grande estudo realizado para avaliar os efeitos do uso de sibutramina em longo prazo na incidência de eventos cardiovasculares e morte cardiovascular em indivíduos de muito alto risco. Os resultados finais mostraram um aumento de 16% do risco de desfechos cardiovasculares não fatais no grupo sibutramina em relação ao grupo placebo. Isso sem aumento na mortalidade, às custas do grupo que possuía diabetes e doença arterial coronariana, mas não nos diabéticos sem doença coronariana nem nos diabéticos com um fator de risco cardiovascular. Esse estudo levou à proibição da sibutramina na Europa, que generalizou os resultados dessa população de altíssimo risco (com contraindicação em bula para o uso da medicação) para o restante da população obesa. No Brasil, a ANVISA não proibiu a sibutramina porque os dados na população de menor risco não mostram este aumento. Além disso, estudos de análise de subgrupos posteriores demonstraram redução do risco nos pacientes que perderam peso durante o estudo SCOUT.
Portanto, seu uso é seguro, contanto que se respeite as contraindicações citadas na bula.

Efeitos colaterais mais comuns

Constipação, boca seca, insônia, taquicardia, palpitações, aumento da pressão arterial, dor de cabeça e piora das hemorróidas.
É importante comentar que a maior parte dos efeitos colaterais ocorre no início do tratamento (primeiras quatro semanas) e que sua gravidade e frequência reduzem com o decorrer do tempo.

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