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Tirzepatida – a nova promessa no tratamento de obesidade

O que é a Tirzepatida?

É uma medicação agonista de GLP-1 e GIP, de uso injetável subcutâneo e periodicidade semanal.

História
O medicamento foi inicialmente desenvolvido para o tratamento de Diabetes tipo 2. Porém, induziu a uma perda de peso significativa nesse grupo e isso justificou um estudo para o tratamento também de obesidade na população não diabética.

O estudo
O SURMOUNT-1 foi um ensaio clínico randomizado, duplo cego, placebo controlado, multicêntrico, que incluiu 2.539 pessoas com obesidade (IMC médio 38, peso inicial médio de 104kg) durante um período de 72 semanas.
Os critérios de inclusão foram: idade maior que 18 anos, IMC maior que 30 kg/m2 ou maior que 27 kg/m2 com pelo menos uma doença associada à obesidade (com exceção de diabetes).
Os grupos foram divididos entre: placebo, tirzepatida 5 mg/semana, tirzepatida 10 mg/semana e tirzepatida 15 mg/semana.
O objetivo do estudo era avaliar o percentual de participantes que atingiram os seguintes percentuais de perda de peso: 5, 10, 15, 20 e 25%.
O resultado evidenciou uma perda de peso muito significativa, nunca observada antes com nenhuma medicação para tratamento de obesidade.
A perda média de peso foi de:
−15.0% com tirzepatida 5-mg/semanal
−19.5% com tirzepatida 10-mg/semanal
−20.9% com tirzepatida 15-mg/semanal
−3.1% no grupo placebo

Quando olhamos para percentuais de perda de peso, temos uma noção ainda maior do impacto da tirzepatida:
- 50% dos participantes no grupo 10 mg perderam mais que 20% do peso;
- 57% do grupo 15 mg perderam mais que 20% do peso;
- 36,2% do grupo 15 mg perderam mais que 25% do peso. Fazendo uma conta simples: um a cada três indivíduos que iniciou o estudo com cerca de 100 kg, passou a pesar no máximo 75 kg!

Proporção de perda de massa gorda x massa magra
Com as doses de tirzepatida, os participantes do estudo tiveram uma redução percentual de massa gorda aproximadamente três vezes maior do que a redução da massa magra, resultando em uma melhora de composição corporal.

A tirzepatida melhora fatores de risco cardiovasculares?
Uma taxa de 40% da populacão do estudo tinha pré-DM. A tirzepatida foi capaz de reverter o pré-DM em cerca de 95% dos casos. Ainda reduziu em média 0,5% a hemoglobina glicada e melhorou todos os parâmetros do perfil lipídico (triglicerídeos, colesterol LDL e HDL). Além disso, reduziu a circunferência da cintura, pressão arterial, níveis de insulina e enzimas hepáticas.

Principais efeitos colaterais da tirzepatida
São semelhantes aos que já conhecemos com os análogos do GLP-1: náuseas em cerca de 33% dos participantes. Porém, vale a pena apontar que apenas 6,2% dos participantes que receberam a dose máxima da medicação (15mg/sem) necessitou descontinuar a medicação por esse motivo. Outros efeitos comuns foram diarréia e constipação.

Perda de peso como nenhuma outra medicação
A perda de peso induzida pela tirzepatida é um marco no tratamento da obesidade, se aproximando de números vistos apenas com a cirurgia bariátrica (perdas de 25-30% em 1-2 anos).

Lançamento do medicamento
Com reduções substanciais de peso observadas em todas as doses, a tirzepatida pode servir como uma nova ferramenta para o tratamento de obesidade.

A tirzepatida acabou de ser liberada nos Estados Unidos para tratamento de pessoas com Diabetes tipo 2 e aguarda esta aprovação no Brasil. Ainda não há previsão de aprovação da medicação para obesidade e nem sua aprovação no Brasil.

Referência: Tirzepatide Once Weekly for the Treatment of Obesity.

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