O que você precisa saber sobre a Síndrome Metabólica?
O que é a Síndrome Metabólica, o que a predispõe e o que eu preciso saber sobre o tema para estar bem informado? Eu te conto tudo neste post!
O que é a Síndrome Metabólica?
O termo “Síndrome Metabólica” se refere a um agrupamento de fatores de risco para doença cardiovascular (DCV) e Diabetes tipo 2 (DM2) - obesidade abdominal, hiperglicemia, dislipidemia e hipertensão - cuja fisiopatologia atribui-se à resistência à insulina.
O que predispõe a Síndrome Metabólica?
A genética, o sedentarismo e a distribuição da gordura corporal afetam a probabilidade de um indivíduo com obesidade desenvolver Diabetes tipo 2 ou DCV. Em relação à distribuição de gordura corporal sabemos que a obesidade central traz mais riscos que a obesidade periférica.
Como se dá o diagnóstico?
Existem várias definições para Síndrome Metabólica, porém o National Cholesterol Education Program (NCEP) Adult Treatment Panel III (ATP III) é o mais amplamente utilizado.
A presença de três dos cinco critérios listados se faz necessário para o diagnóstico de Síndrome Metabólica.
● Obesidade abdominal, definida como uma circunferência da cintura ≥102 cm em homens e ≥88 cm em mulheres;
● Triglicerídeos séricos ≥150 mg/dL ou tratamento medicamentoso para triglicerídeos elevados;
● Níveis de HDL sérico <40 mg/dL em homens e <50 mg/dL em mulheres ou tratamento medicamentoso para baixo colesterol HDL;
● Pressão arterial ≥130/85 mmHg ou tratamento medicamentoso para pressão arterial elevada;
● Glicemia em jejum ≥100 mg/dL ou tratamento medicamentoso para glicemia elevada.
A Federação Internacional de Diabetes (IDF) atualizou seus critérios de Síndrome Metabólica em 2006 e incluiu a obesidade central como um critério essencial nessa definição, com diferentes limiares de circunferência da cintura definidos para diferentes grupos de raça/etnia.
O peso é um fator de risco!
O aumento do peso corporal é um importante fator de risco para a Síndrome Metabólica. No estudo NHANES III, a Síndrome Metabólica estava presente em 5% daqueles com peso normal, 22% daqueles com sobrepeso e 60% daqueles com obesidade.
Quais os riscos da Síndrome Metabólica?
A Síndrome Metabólica é um importante fator de risco para o desenvolvimento subsequente de Diabetes tipo 2 e/ou doença cardiovascular (DCV). Assim, a principal implicação clínica de um diagnóstico de Síndrome Metabólica é a identificação de um paciente que precisa de modificação agressiva do estilo de vida com foco na redução de peso e aumento da atividade física.
Risco de doença cardiovascular
Três estudos de meta-análise descobriram que a Síndrome Metabólica aumenta o risco de DCV incidente e mortalidade por todas as causas. O risco aumentado parece estar relacionado ao agrupamento de fatores de risco ou resistência à insulina associada à Síndrome Metabólica, e não simplesmente à obesidade.
Em um estudo da população de Framingham, pessoas com obesidade, mas sem Síndrome Metabólica, não tiveram um risco significativamente aumentado de Diabetes ou DCV. No entanto, indivíduos com obesidade e Síndrome Metabólica tiveram um risco dez vezes maior de Diabetes e um risco duas vezes maior de DCV em relação a pessoas com peso normal sem Síndrome Metabólica.
Pessoas com peso normal que atendem aos critérios ATP III revisados de 2005 para Síndrome Metabólica tiveram um risco quatro vezes maior de Diabetes e um risco três vezes maior de DCV.
Outras associações à Síndrome Metabólica
A Síndrome Metabólica também foi associada a vários distúrbios relacionados à obesidade, incluindo:
Doença hepática gordurosa (esteatose hepática), fibrose e cirrose
Carcinoma hepatocelular e colangiocarcinoma intra-hepático
Doença renal crônica
Síndrome dos ovários policísticos
Apnéia do sono
Gota e hiperuricemia (aumento do ácido úrico)
O que pode ser feito?
São recomendados dois objetivos terapêuticos principais em pacientes com Síndrome Metabólica:
● Tratar as causas subjacentes (sobrepeso/obesidade e sedentarismo) intensificando o controle de peso e aumentando a atividade física. A recomendação padrão de exercício é um mínimo diário de 30 minutos de atividade física de intensidade moderada (como caminhada rápida).
● Tratar os fatores de risco cardiovascular, se persistirem, apesar da modificação do estilo de vida.
O uso de medicamentos para melhorar os resultados em comparação com a redução de peso e exercício físico isoladamente ainda não é bem apoiado por ensaios clínicos.
Por exemplo, em um famoso estudo chamado DPP, a terapia com metformina mais instruções sobre dieta e exercícios foi associada a uma redução de 31% no risco de desenvolver Diabetes em comparação com placebo, no entanto, a metformina foi menos eficaz do que a modificação intensiva do estilo de vida (desenvolvimento de Diabetes em 22% versus 14%).
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