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Hirsutismo

Possuímos, aproximadamente, 5 milhões de folículos pilosos cobrindo a nossa superfície corporal. O ser humano adulto possui 2 tipos de pelo: o viloso e o terminal. O viloso é um pelo bem fino e pode ser levemente pigmentado ou, até, não pigmentado. Já o pelo terminal é mais grosso, comprido e pigmentado. Enquanto em homens a maior parte dos pelos são terminais, nas mulheres os pelos terminais se concentram mais nas sobrancelhas, cílios, axilas, couro cabeludo e região pubiana. Em resposta a diferentes estímulos, como hormônios, por exemplo, o pelo viloso pode ser transformar em pelo terminal!

O hirsutismo caracteriza-se, na mulher, pelo excesso de pelos terminais em locais onde, normalmente, estes pelos não seriam encontrados, aqueles locais mais masculinos, como, por exemplo, queixo, região superior do lábio, mamas, abdômen, costas, etc...

Como se avalia o grau de hirsutismo?

Segundo a Escala de Ferriman e Gallwey avalia-se a presença e a quantidade dos pelos em uma escala de 0 a 4, em 11 áreas corporais.

Causas

As síndromes hiperandrogênicas podem ser divididas em 2 grupos: as virilizantes e as não virilizantes.

As virilizantes são as mais raras e graves e caracterizam-se pelo surgimento de características masculinas mais pronunciadas, como aumento do clitóris e engrossamento do timbre de voz.

Exemplos: tumores ovarianos, tumores adrenais, hipertecose ovariana e a forma clássica da Hiperplasia Adrenal Congênita.

Vale lembrar que o uso de esteróides anabolizantes é uma causa frequente de virilização em nosso meio!

As causas não virilizantes são menos graves e se caracterizam por doenças funcionais, como a Síndrome dos Ovários Policísticos, a forma não clássica da Hiperplasia Adrenal Congênita e o hirsutismo idiopático.

Investigação Inicial Básica

* É importante documentar o aumento dos níveis de andrógenos no sangue. Portanto, a investigação laboratorial começa com a dosagem dos níveis de testosterona, S-DHEA e androstenediona.

* O rastreio da forma não clássica da Hiperplasia Adrenal Congênita por deficiência da 21-hidroxilase faz-se pela dosagem da 17-OH-progesterona.

* Considerando que a SOP é uma causa comum de hirsutismo, também se deve realizar Ultrassonografia Transvaginal ou Pélvica.

Observação: para realização dos exames é importante que a paciente não esteja utilizando contraceptivos hormonais ou outros medicamentos que possam interferir nos exames!

Diagnóstico Diferencial 

O principal diagnóstico diferencial é com hipertricose. A hipertricose é uma condição distinta, que ocorre devido ao crescimento excessivo do pelo viloso, e não terminal, em qualquer área do corpo.

Outros diagnósticos a serem considerados incluem a Síndrome de Cushing, hiperprolactinemia, hipotireoidismo, acromegalia e lipodistrofias.

Abordagem Terapêutica

O tratamento deve ser direcionado para a doença base, àquela que está causando o hirsutismo, sempre que for possível identificá-la.

Em associação, muitas vezes pode-se utilizar depilação, epilação e laser.

 

Este texto foi escrito pela Dra Luciana Sampaio Péres (@endocrinoluperes) em colaboração com o dermatologista Dr Leandro Damiani (@drleandrodamiani).

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