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Fadiga

O termo “fadiga” pode ser usado para descrever a dificuldade ou a incapacidade de iniciar uma atividade física, capacidade reduzida para manter uma atividade física ou dificuldade de concentração, memória e estabilidade emocional (fadiga mental).

Quando alguns pacientes usam a palavra “fadiga”, uma história cuidadosa pode revelar que eles estão se referindo a sonolência ou a uma necessidade incontrolável de dormir, por isso é necessário avaliar a quantidade e a qualidade do sono e se o sono reduz ou não o nível de fadiga.

Tal melhora pode sugerir um distúrbio primário do sono como etiologia. A fadiga é um sintoma comum e inespecífico, com uma ampla possibilidade de causas, incluindo doenças agudas e crônicas, doenças psiquiátricas, toxicidade por algum medicamento, efeito colateral de
algum medicamento e uso de substâncias.

A fadiga pode se dar de forma aguda, subaguda e crônica.

Fadiga aguda: duração de um mês ou menos;
Fadiga subaguda: duração entre um e seis meses.
Fadiga crônica: duração maior de seis meses.

Fadiga aguda:

A fadiga aguda é mais frequentemente atribuída a uma condição médica aguda, que muitas vezes pode ser diagnosticada com base em suas outras manifestações clínicas. Por exemplo, um paciente com influenza descreverá fadiga associada a febre e sintomas respiratórios. Pacientes com fadiga aguda associada a uma condição reconhecível requerem pouca ou nenhuma avaliação adicional.

Fadiga subaguda e crônica

A fadiga subaguda e crônica provavelmente está associada a uma condição médica ou psicológica crônica, toxicidade de medicamentos ou uso de substâncias. As causas incluem os seguintes exemplos:

● Condições cardiopulmonares - insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica, apneia do sono.

● Condições endocrinológicas/metabólicas - hipotireoidismo, hipertireoidismo, doença renal crônica, doença hepática crônica, insuficiência adrenal, anormalidades eletrolíticas.

● Condições hematológicas/neoplásicas - Anemia, câncer.

● Doenças infecciosas - mononucleose, hepatite viral, infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), endocardite bacteriana subaguda, tuberculose.

● Condições reumatológicas - Fibromialgia, Polimialgia Reumática, Lúpus Eritematoso Sistêmico, Artrite Reumatóide, Síndrome de
Sjögren...

●Condições psicológicas - depressão, transtorno de ansiedade, transtorno de somatização.

● Condições neurológicas - Esclerose múltipla, Esclerose Lateral Amiotrófica, Doença de Parkinson.

● Toxicidade de medicamentos: benzodiazepínicos, antidepressivos, relaxantes musculares, anti-histamínicos de primeira geração, betabloqueadores e opióides.

● Uso de substâncias: álcool, maconha, cocaína e outros estimulantes.

A causa da fadiga crônica pode ser identificada em aproximadamente 2/3 dos pacientes. Em alguns casos, a queixa de fadiga crônica pode ser simplesmente explicada pelo excesso de trabalho. Em uma pequena parcela de casos, a queixa inicial de fadiga crônica é explicada pela Síndrome da Fadiga Crônica (SFC), um distúrbio de causa desconhecida. Os pacientes que não preenchem os critérios para SFC e não têm outra explicação para sua fadiga são considerados como portadores de Fadiga Crônica Idiopática. Ambas as condições são diagnósticos de exclusão.

Avaliação inicial

A avaliação inicial do paciente que apresenta fadiga subaguda ou crônica inclui uma história clínica e exame físico, estudos laboratoriais básicos, sorologias e exames de rastreamento de câncer*. Todos os pacientes devem ser questionados sobre sintomas sugestivos de depressão e transtorno de ansiedade. A história também deve rastrear o uso de substâncias e medicamentos.

Os sintomas associados podem sugerir causas específicas. Por exemplo:

· apneia do sono em um paciente que descreve ronco, cansaço diurno e sono interrompido;

· anemia em um paciente que relata tontura e fraqueza;

· fibromialgia em um paciente que descreve dor muscular difusa crônica.

* Rastreamento de câncer

As intervenções apropriadas de rastreamento do câncer, com base na idade e no sexo do paciente devem ser atualizadas conforme necessário para excluir malignidades ocultas comuns como causa de fadiga.

· Pacientes com ≥50 anos de idade devem ser rastreados para câncer de cólon com colonoscopia;

· Pacientes de 55- 74 anos de idade com história de tabagismo(≥30 maços/ano) devem ser submetidos a uma tomografia computadorizada (TC) de tórax;

· Mulheres > 40 anos de idade devem ser rastreadas para câncer de mama com mamografia.

Pacientes sem causa identificável

Pacientes que permanecem sem diagnóstico após seis meses são designados como tendo fadiga crônica idiopática ou SFC se atenderem aos critérios diagnósticos.

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