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Entenda mais sobre a diretriz da OMS que desaconselha o uso de adoçantes

Todos sabemos que consumir açúcar em grande quantidade está associado ao desenvolvimento de obesidade e outras doenças crônicas. Devido a isso, há alguns anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu a orientação de limitar a ingestão de açúcar para tentar reduzir o risco dessas doenças. Desde então, a população aumentou o consumo de adoçantes sem açúcar.

E será que o risco dessas doenças diminuiu com a referida orientação?

A OMS realizou um revisão sistemática para responder a essa pergunta e não encontrou nenhuma evidência de benefício A LONGO PRAZO, embora alguns estudos sugerissem que havia uma pequena quantidade de peso perdido no uso de curto prazo.
Além disso, potenciais efeitos indesejáveis do uso a longo prazo foram identificados, como aumento do risco de Diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e, até, aumento da mortalidade.
Evidências também sugeriram aumento do risco de parto prematuro em mulheres que usaram adoçantes durante a gravidez.
Outros estudos relataram associação entre o uso de adoçantes durante a gravidez e aumento do risco de asma, alergias e pior função cognitiva da prole.
Não foram observadas associações entre o uso de adoçantes e o risco de Diabetes Gestacional.
O uso de adoçantes (predominantemente sacarina) também foi associado ao aumento do risco de câncer de bexiga.

Não faz sentido pra você? Entenda porque isso pode ter ocorrido
Como o açúcar é frequentemente encontrado em alimentos e bebidas ultraprocessados, com perfil nutricional ruim, o simples fato de substituir o açúcar neles contido por adoçante não afetará a qualidade geral da dieta, ou seja, a dieta continua sendo RUIM.
Por exemplo, uma pessoa que bebe 2L de refrigerante normal por dia, passa a beber 2L de refrigerante sem açúcar e continua mesmo assim tendo um hábito alimentar ruim. O ideal teria sido ter substituído o refrigerante por água.

Atenção: é importante que saibamos que esta é uma recomendação CONDICIONAL, o que significa que é uma recomendação com nível de EVIDÊNCIA FRACA. Assim, não há motivo para pânico! O nível de evidencia é baixo porque diversos estudos que demostraram essa associação eram OBSERVACIONAIS ou realizados em animais!

Por que então a OMS publicou esse documento?

A incerteza sobre os efeitos desejáveis ou indesejáveis a longo prazo do uso desses adoçantes, levou a OMS a ter uma abordagem mais conservadora em relação ao uso dos adoçantes. Acredito que o pensamento deles foi: “prevenir é melhor que remediar”.

Como nós devemos proceder daqui pra frente então?

1. Não devemos estimular o uso dos adoçantes para quem não usa;
2. Devemos orientar para quem usa adoçantes, que reduza o consumo.
3. Devemos deixar claro que essa diretriz não está estimulando que se volte a usar o açúcar no lugar do adoçante!
O uso de adoçantes não é a única maneira de conseguir uma redução na ingestão de açúcar. Existem alternativas viáveis que são compatíveis com uma dieta saudável, incluindo o consumo de alimentos com açúcares naturais, como frutas e o consumo de alimentos e bebidas sem açúcar, minimamente processados.

Atenção Diabéticos:
É muito importante enfatizar que essa recomendação NÃO se aplica aos indivíduos com diabetes.

Dúvidas que poderão sobrevir ao ler o texto:

Quais são os adoçantes sem açúcar?
Todos os adoçantes não nutritivos sintéticos e naturais ou modificados que não são classificados como açúcares.
Exemplos: acesulfame K, aspartame, advantame, ciclamatos, neotame, sacarina, sucralose, estévia e derivados de estévia.

Obs: Os açúcares de baixa caloria e os polióis (ex: eritritol e xilitol) são açúcares ou derivados de açúcar contendo calorias e NÃO são considerados adoçantes sem açúcar, portanto, a recomendação não se aplica a esses adoçantes !

A recomendação só diz respeito ao uso de adoçantes em comidas e bebidas.

Nesta recomendação, “uso” de adoçantes significa o consumo de alimentos ou bebidas que os contenham , ou a sua adição a alimentos ou bebidas pelo próprio consumidor.
Muitos medicamentos e produtos de cuidados pessoais e de higiene contêm adoçantes em pequenas quantidades para torná-los mais palatáveis. A recomendação desta diretriz não se aplica a esses produtos.

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